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domingo, janeiro 23, 2011

Lenda de Oxum

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Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Sí uma mulher elegante possuía jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos comerciantes de cobre. Omiro wanran wanran wanran omi ro! "A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!" 
Oxum lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. 
Oxum foi a segunda mulher de Xangô. A primeira chamava-se Oiá-Iansã e a terceira Obá. Oxum tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, elas deslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos vãos permitem atravessar de um lado a outro. Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando, cheias de correntezas e torvelinhos, transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra, pois ponte nenhuma as ligava. 
Oxum não toleraria uma tal ousadia! Quando ela está em fúria, ela leva para longe e destrói as canoas que tentam atravessar o rio. 
Olowu, o rei de Owu, seguido de seu exército, ia para a guerra. Por infelicidade, tinha que atravessar o rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto, mal formulada. Ele declarou: " Se voce baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar e seguir para a guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere", isto é, boas coias. Oxum compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela Baixou o nível das águas e Olowu continuou sua expedição. Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente encontrou Oxum com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois, galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun, iguaria onde suavemente misturam-se cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. 
Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as margens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar nas águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio. Oxum, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido dizendo: "É Nkan que me foi solenemente prometida e não a criança. Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra. O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: "Não foi para que ela servisse de oferenda a um rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro e o expulsou do país. 


Lenda de Oxum - Pierre Fatumbi Verger 

Conversa de Orixás

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quarta-feira, janeiro 19, 2011

Oxum, Senhora das águas doces.

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Deusa das cachoeiras e cascatas
Companheira de Oxossi, o dono das matas
E também a rainha Xangô
Eterna com seu abebe, quando dança é faceira


És dona do ouro, ó mãe verdadeira.


Sob o luar de prata, de joelhos eu vou implorar
Seu manto é meu acalento na hora da dor
E na minha tristeza meu pranto enxugou


Ora , iê iê o, mãe oxum, rainha do ijexá


Seu canto irradia alegria, traz, a paz.
Traz harmonia, em suas águas eu a vejo se banhar


Oxum, como é lindo vê-la bailar.


Vou pedir na cachoeira
Ora iê iê o, nunca me deixe sozinho

Eu sua filha, na sua mina tem ouro
Seu tesouro tem poder
Toda vez que eu precisar
Mamãe oxum venha me valer.


Axé

Orá Iiê Iiê Oxum

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Orá Iiê Iiê Oxum.

Salve dourada Senhora da pele de ouro,

Benditas são suas águas,

e essas mesmas águas lavam meu ser,

e me livram do mal.

Oxum,

Divina Rainha, bela Orixá,

Venha a mim caminhando na lua cheia.

Traga Mãe, em suas mãos,

Os lírios do amor e da paz.

Torne-me doce, sedutora, suave, como és.

Mamãe Oxum, me proteja, Orixá.

Que o amor seja constante em minha vida.

Que eu possa amar a tudo que existe.

Me proteja contra as mandigas e feitiçarias.

Dê a mim o néctar da sua doçura.

Mãe de ouro,

da beleza e do amor,

Senhora do mais puro Axé,

Valha-me hoje e sempre.


ENTRE CRENTES E ATEUS

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Nos ambientes relacionados à maioria das religiões, são comuns as infindáveis polêmicas fomentadas a partir de concepções dualísticas, não faltando apologistas de plantão, dispostos a digladiar na arena dos inflexíveis absolutos. Para estes, o mundo é preto ou branco, certo ou errado, do bem ou do mal, dirigido por Deus ou pelo diabo, anjos ou demônios, habitado por salvos e condenados que vão para o céu ou inferno. Observa-se, ainda, a dualidade excludente entre fé e ciência, matéria e energia, criacionismo e evolucionismo, vegetarianos e carnívoros, flamenguistas e corintianos, os que bebem destilado e os que do outro lado são abstêmios.

Tal percepção dualista, entretanto, dificilmente faz jus à realidade, pois entre os pretensos absolutos, entrincheirados atrás de barricadas erguidas sobre intransigentes argumentos, existem não poucas variáveis. Entre o dia e a noite, por exemplo, há uma infinidade de nuances; entre os bons e os maus, a linha divisória está longe de ser clara, até porque ninguém é totalmente mau ou totalmente bom. Lembremos, ainda, que muito do que é atribuído ao diabo por uns é, para outros, simplesmente divino.
Mesmo entre os religiosos fundamentalistas, é possível ouvi-los dizendo que a virtude está no meio; no meio de suas posições absolutistas, provavelmente não. Em termos religiosos, a crença na dualidade gerou a idéia do sagrado e do profano, o que acabou por restringir o sagrado a espaços limitados, limitantes e estanques, a demonizar o que é entendido como profano e, ainda, a levar ambos a excomungar e exorcizar mutuamente. E, nesta linha de raciocínio, ou na forma de pensamento e juízos de valores que estas crenças estabelecem, separam-se também os ateus dos crentes e dos religiosos. Aplicam-se, a ambos, os conceitos de dualidade, quase sempre, extremados e incoerentes. Assim, os ateus, aos olhos dos religiosos, habitam o outro pólo - são do mal e são maus, são profanos e profanam, do mundo e mundanos, relacionam-se com o mal e vão para o inferno. Da perspectiva dos ateus, os religiosos são ignorantes, inocentes úteis, atrasados, obtusos e vivem sob o ópio e a hipnose dos conceitos religiosos.
Os ateus são evolucionistas e os religiosos são criacionistas; os ateus são partidários da ciência empírica e os religiosos da fé abstrata. Neste lastimável enredo dirigido por egos rebelados do Self, ateus e religiosos duelam e alternam-se nos papéis de bandidos e mocinhos. Apesar de crerem habitar pólos diferentes, possuem em comum a gélida, improdutiva e perigosa frieza dos extremos; do calor aconchegante do amor, só conhecem de ouvir falar. Quem possui, concomitantemente, amigos religiosos e ateus, sabe que tudo isso não passa de preconceito gerado no terreno pobre da ignorância, que são nossas crenças ou incredulidades o que de fato separa e rotula. Sentimentos e expressões de amor, esperança e paz encontram-se tanto em ateus quanto em religiosos e também em meio a ambos há o farisaísmo e a hipocrisia. Além do que, no decorrer da história, ambos armaram-se das mais dantescas expressões de bestialidade e dos mais nobres atos de humanidade. Existem aqueles nos quais a consciência e a essência divina encontram-se expandidas, ainda que se autodefinam como convictos ateus, e os que, não obstante elucubrarem discursos recheados de fervor religioso e transcendental espiritualidade, continuam a assassinar a essência crística com as armas sombrias e densas do orgulho, da inveja e da ganância. Geralmente, quando rotulamos alguém, o fazemos a partir de uma de suas sub personalidades e de nossas próprias crenças e não a partir do self, da essência divina que juntos compartilhamos, quer sejamos crentes ou ateus. Trata-se de um exercício, geralmente mental, para o qual o coração não é convidado. A espiritualidade, necessária e possível a ateus e religiosos, emana da pureza do coração, do amor a vida em suas multifacetadas expressões, na atitude acolhedora, no comportamento destituído de preconceito, na consciência sempre a expandir, a semelhança do próprio universo. A espiritualidade não se fecha nunca, não se deixa definir ou enquadrar, não gera guetos e nem a eles se prende. Isso nos remete a Jesus. Para seus contemporâneos, Jesus era, ao mesmo tempo, do bem e do mau: tinha anjos e demônios, jejuava e orava, comia e bebia com pecadores. Para os doutores da lei, os donos da religião oficializada de seu povo e época, ele tinha demônios, era um apóstata, herege, mundano, profano, blasfemo; para os "cansados e sobrecarregados" da escravidão religiosa e política, ele era "o cara", pleno de bondade, verdade, liberdade, compaixão, misericórdia, acolhimento e perdão. Jesus não era religioso nem ateu, era a expressão exata do Eterno Mistério que nele se revelava. Sua espiritualidade não se enquadrava nos padrões religiosos de sua época e tampouco dos de hoje, até porque a espiritualidade pouco ou nada tem de religiosidade.


Um dia perceberemos o óbvio, isto é, que SOMOS TODOS UM. O que nos fará humanizados e unidos não será a lógica dos pensamentos, a razoabilidade dos argumentos, e sim a amorosidade e pureza do coração, pois, onde falta amor proliferam os argumentos e aprofundam-se as diferenças. Onde o amor existe, há economia de argumentos e abundância de entendimento.
Terminando, admito que me sinto privilegiado e feliz com atividades e comportamentos tanto de ateus quanto de religiosos. Encanta-me, por exemplo, ler e ouvir as crônicas esportivas do Juca Kfouri e os belos lances e lindos gols de Kaká. Acho ambos espiritualizados e espirituosos, ainda que um seja ateu e o outro religioso.

Oliveira Fidelis Filho

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Festa dos Marujos

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Festa da marujada dia 29/01/2011 e teremos na nossa festa a peixada de Martin.
Queremos convidar a todos para vir nos prestigiar com sua presença!
Será uma noite de muita emoção e luz, essa é uma festa que acontecem coisas surpreendentes e até incríveis!Diferente de muitas outras, mas é uma festa em que a alegria e brincadeiras inusitadas por parte da marujada.
Venha e participa desse belíssimo evento, apareça apartir das 20:00hs,29 de Janeiro sábado.
Muito axé a todos!!!
Equipe Ilê Axé Odara



Endereço: Rua São Sebastião,n° 795
bairro: Fátima
Itabuna-ba

domingo, janeiro 02, 2011

Partilhar DESEJAMOS A TODOS UM ANO NOVO CHEIO DE GRANDES REALIZAÇÕES.