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terça-feira, agosto 10, 2010

Lenda de Obaluaiê

Partilhar Iansã era uma mulher muito curiosa, de todos queria noticias e tudo queria saber.
Apenas um segredo havia que ela já fizera de tudo para descobrir e não conseguira. Era o fato de Obaluaiê andar coberto de palha, apenas se viam seus braços e pernas e nunca ninguém vira seu rosto.

Iansã perguntava a todos o porquê disso e sempre lhe diziam que como tinha o corpo e o rosto coberto de chagas, ele não gostaria de mostrar ao mundo a sina que o acompanhava.

Essas explicações vindas de todos os lados a deixavam mais curiosa ainda. Passou a perseguir Obaluaiê obsessivamente, aonde ele ia, disfarçadamente ia atrás.

Um dia quando estava quase desistindo, sentia-se cansada o rapaz andava muito, sentou-se aos pés de uma grande árvore e adormeceu. Acordou com o ruído do farfalhar de palhas que sempre acompanhava seu perseguido que estava molhando os pés num pequeno riacho muito perto dela e não a tinha percebido. Era a hora!

Finalmente descobriria o que há meses a torturava. Ergueu as mãos para o céu e chamou pelos ventos que sempre a auxiliavam. Eles vieram e numa lufada forte envolveram Obaluaiê, que despreparado, não pode impedir que a palha se levantasse deixando seu corpo exposto.

Qual a surpresa de Iansã ao ver que debaixo da vestimenta não havia uma só chaga, mas sim uma beleza radiosa, todo o corpo do rapaz brilhava numa cor de cobre que o sol acentuava.

O que ele escondia não era a vergonha de um corpo disforme e sim a beleza infinda que a todos faria inveja. Desse dia em diante Iansã não mais perseguiu Obaluaiê, mas sempre que o encontrava suspirava pela beleza que nunca mais esqueceu.

Um comentário:

  1. Anônimo24/8/11

    A sabedoria de Obaluaiê quando resolve esconder sua beleza incomum advinda de seus atributos morais muito elevados são para nós uma referência da necessidade de observarmos por de trás das aparências exteriores. Muito comum é na umbanda a situação de nossos queridos guias se apresentarem com luz mais discreta para não ofuscarem àqueles ainda nas trevas!
    Belíssima lição

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